No
último dia 29 de agosto do ano corrente, em um programa de televisão que visa
eleger, através do voto popular, “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”,
televisionado em rede nacional aberta (SBT – Sistema Brasileiro de Televisão),
dois dos doze brasileiros mais bem votados se enfrentaram num confronto direto:
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil e a Princesa Dona Isabel,
filha do Imperador D. Pedro II. Cada um dos candidatos teve um representante
para que se pudessem argumentar as razões pelas quais se deveria votar em um ou
em outro. O representante do ex-presidente FHC, foi um embaixador, e o
representante da Princesa foi seu bisneto D. João de Orleans e Bragança.
Sendo,
talvez, o membro da atual Família Imperial mais conhecido, D. “Joãozinho” é
visto como carismático, inteligente e bem sucedido em suas áreas de atuação.
Entretanto, o que parecia uma ótima oportunidade para o movimento monárquico
ser um pouco melhor explicado ou defendido (ou mesmo difundido), mostrou-se
frustrado.
Não
é de hoje que as opiniões do Príncipe D. João são conhecidas entre os
interessados no assunto. Muitos dizem que ele próprio se diz republicano. Mas,
baseado em entrevistas, o que eu posso afirmar é que ele se diz, acima de tudo,
parlamentarista, e fica um pouco “em cima do muro” em afirmar ser monarquista.
Este é então o cerne onde nasce minha pergunta, tão conhecida por muitos jovens
e adultos por fazer lembrar um super herói diferente e engraçado, criado pelo
humorista Roberto Bolaños. Ora, se um Príncipe, bisneto da Princesa Isabel, não
soube defendê-la em um simples concurso de televisão, fico aflito, e em meio ao
desespero me pergunto: Oh, e agora, quem
poderá nos defender? Quem poderá defender o ideal monárquico no Brasil
atual?
Não
procuro solução em um herói fantasioso, mas gostaria de saber onde encontraria
a solução para essa pergunta. Tive que ouvir do Príncipe D. João alguns
argumentos soltos. Consegui vê-lo perdido e confuso em determinadas respostas.
Vi o Príncipe, que poderia dar uma pequena aula de História a milhões de lares
brasileiros, elogiar ex-presidentes corruptos, dizer que votaria no concorrente
daquela noite e, mais além, dizer que não tem orgulho da atuação de sua família
na História política do Brasil. Tudo bem, antes que me acusem, eu o entendi...
ou assim imagino. Ele quis dizer que tanto D. Pedro I, quando D. Pedro II,
quanto a concorrente em questão, a própria Princesa Dona Isabel, não fizeram
mais do que a obrigação em agir com honra, ética e preocupação com o país. Sim,
de fato. Mas a forma como isso foi
dita, gerou margens para outras interpretações. Na minha opinião, é obrigação
do Professor lecionar. Do líder, liderar. Do médico, cuidar... Mas não devo
sentir orgulho do profissional que exerce sua função com excelência? Será que
não posso sentir orgulho de um político que faz o seu trabalho com amor e da
melhor forma possível? Claro que posso e devo sentir orgulho, pois ele inspira
outros. Ele se torna exemplo naquilo que faz. E hoje, mais do que nunca, nosso
país necessita de bons exemplos.
Tentando
responder à minha própria súplica, e contando com a possibilidade de haver outro capítulo do
programa que exija uma participação representativa da Princesa, creio que D.
Rafael, filho de D. Antônio (3° na linha de sucessão ao Trono Brasileiro) seria
a escolha perfeita. Um jovem inteligente, com opinião, trineto da Princesa e um
dos líderes (em potencial) do movimento monárquico. Seria uma bela forma de
juntar o útil ao agradável. Apresentaríamos um dos herdeiros do porvir, D.
Rafael, ao povo brasileiro. Veríamos sua atuação frente às câmeras e, quem
sabe, seria a oportunidade de começar a trabalhar em sua imagem. Um jovem
(futuro) Imperador. Um exemplo de ética, honra, tradição e moral. Um jovem
brasileiro debatendo contra senhores arraigados aos interesses políticos. Seria
a velharia republicana contra a juventude monárquica. Isso talvez desse um
fôlego a mais a um movimento que parece sofrer de asma, pois respira com certa
dificuldade.
Está mais do que na
hora dos monarquistas começarem a exigir o trabalho em cima da imagem de D.
Rafael, inclusive sua (do Príncipe) própria iniciativa para se mostrar cada vez
mais interessado e focado nessa caminhada pela Restauração!
Parabéns pelo blog!que Deus abençôe seu trabalho em favor da Causa.
ResponderExcluirObrigado caro Jorge!
Excluirconcordo com tudo! ... muito bem explanado ... e foram chamar logo o Príncipe D. João que é favorável a república parlamentarista ...
ResponderExcluirCaro Enéas,
Excluirpois é. Inicialmente achei uma boa, depois vi que não foi. Um abraço.
..Escolheram certo ..
ResponderExcluirEsse é um problema ja conhecido: a falta de carisma dos Orleans e Bragança, a começar da Princesa Isabel. Não tive a oportunidade de avaliar Dom Rafael, mas sinto que ele será a figura, a cara, a personalidade e carisma da Familia Imperial. Deveriam ter escolhido um representante mais expressive, que soubesse falar em prol da causa monarquica. Dom João, na verdade, não faz parte da dinastia Orleans e Bragança.
ResponderExcluirCaro Jairo,
Excluircomo assim ele não faz parte da dinastia Orleans e Bragança? Ele não está na linha direta de sucessão, pois outros estão na frente, mas numa improvável equação, ele teria direito sim, caso chegasse até ele. Ou estou enganado?
Um abraço.
Bom, parece que foi proposital o SBT ter escolhido justamente D. João. É uma pena que ele não abrace a causa monárquica, ele poderia ter dado uma oportunidade de ouro para os brasileiros pesquisarem mais sobre a princesa Isabel e o período imperial.
ResponderExcluirSobre falta de carisma dos Orleans e Bragança se deve mais às ideias de direita de D. Luiz e D. Bertrand, já os outros príncipes legítimos são diferentes, apesar de pouco conhecidos.
Ah e no slogan "Monarquia, o Brasil é real" deveria por um desenho da bandeira sem esse círculo com a faixa, pois esta faz alusão àquele lema positivista nunca posto em prática.
Por fim, este blog está de parabéns.
Caro Cavaleiro,
Excluirmuito obrigado.
Sobre o lema e símbolo deste Blog, não encontrei uma imagem que substituísse o globo azul, e como não me dou bem com edições, fico sem opções. Apesar de que, para o pessoal que nem conhece o Brasão Imperial, o círculo azul com a faixa é mais chamativo, pois eles logo ligarão a ideia de Monarquia ao Brasil.
Um abraço.
Os brasileiros não são monarquistas pela falta de conhecimento histórico e a Família Imperial parece que não se esforça em lutar pela restauração... fico entristecido em saber que a restauração está longe de acontecer. Os Príncipes precisarão adotar aquele modo carismático de falar que os candidatos a presidência tanto utilizam.
ResponderExcluir