"Se tudo o que está acontecendo hoje é por causa
da lei que assinei, ainda assim assinaria de novo!"
(Princesa D. Isabel, logo após o golpe republicano)
Há 92 anos, o Brasil perdia uma grande cidadã!
Aos 04 anos de idade, a Princesa D. Isabel, filha mais velha do Imperador D. Pedro II, era aclamada a Herdeira do Trono Brasileiro! Aos 14 anos, a Princesa jurou a Constituição Imperial e teve a oportunidade, anos à frente, de governar o Brasil por três vezes, quando se tornou regente do Império na ausência de seu pai.
A D. Isabel morreu um dia antes de mais um aniversário do golpe republicano. Talvez tenha sido até uma espécie de Providência, para evitar mais um dia de lembrança dolorosa do fatídico 15 de novembro de 1889. Apesar de que, tenho certeza que as más lembranças, assim como as boas, não as deixava em paz independente do mês.
D. Isabel foi uma mulher valorosa, que estava à frente de seu tempo. Idealizou o voto feminino e lutaria por ele se os golpistas tivessem suportado a abolição da escravidão sem indenização, aprovada e assinada por ela no ano anterior ao golpe. De coração que não cabia em seu peito, lutou arduamente pela causa abolicionista, facilitando, inclusive, o acesso a cargos políticos às pessoas que fossem favoráveis à abolição.
Teve uma educação voltada para os negócios de Estado, pois na ausência de um Herdeiro varão, D. Pedro sabia que precisava educá-la para receber todas as responsabilidades de governante e Chefe de Estado. Dizem que certa vez a Princesa, ainda menina, em meio à uma multidão de gente, pergunta ao pai:
- Papai, todos eles um dia serão meus?
- Papai, todos eles um dia serão meus?
Ao que D. Pedro responde sabiamente:
- Não Isabel! Um dia, você pertencerá a todos eles!
O 15 de novembro (hoje comemorado como feriado Nacional), foi duro para a Princesa, que não entendia como pessoas tão próximas ao Imperador, podiam ter tramado aquela indecência, aquele Golpe de Estado. A dor do banimento a afetou. Foi embora triste, mas firme de que fez pelo Brasil o seu melhor! O banimento da Família Imperial só foi revogado na década de 1920, mas a Princesa D. Isabel nunca pôde fazer a viagem de volta à sua terra natal. Estava muito velhinha para isso. Passou pela morte do pai, da mãe e de dois filhos; morrendo pouco antes que seu esposo, o Conde D'Eu, que também não conseguiu chegar ao Brasil, tendo morrido no Oceano, na viagem de volta.
Assim como D. Pedro II, a Princesa D. Isabel merece sua retratação histórica. Pessoas sem muito conhecimento ainda disparam suas inverdades nascidas de um ensino doutrinatório. Hoje a Princesa tem um processo aberto de beatificação na Igreja Católica, ou seja, ela é vista como uma mulher que levou uma vida digna de um cristão verdadeiro. Era inabalável em sua fé católica!
E essa é minha humilde homenagem a Princesa! Que Deus tenha guardado um lugar muito especial para ti, D. Isabel, pois és merecedora! E que a História um dia faça jus a tudo que representas!
Em Paris, 1906, assistindo ao voo do 14 Bis.
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