domingo, 2 de outubro de 2011

A Questão Christie e a Moral do Brasil no Império (Final)

Nossa história sobre a Questão Christie se encerra hoje! De uma forma que a imensa maioria dos Professores de História não contam. Ou porque não sabem, ou ... sinceramente, não sei outra razão.

D. Pedro II tinha solicitado ao Rei da Bélgica que tomasse à frente das investigações e desse o parecer sobre o desfecho da história. Ainda assim nosso Imperador resolveu ROMPER AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS entre o Brasil e a maior potência do mundo na época.

O tempo passou e o Rei da Bélgica deu plena razão ao Brasil. Cabia à poderosa Inglaterra pedir desculpas ao Brasil ou manter as relações diplomáticas rompidas. Dois anos passaram o Brasil e a Inglaterra com relações rompidas, e sabe quando reataram as negociações? Quando a Guerra do Paraguai já estava decorrendo. Lembram que dizem que o Brasil entrou na guerra pela pressão imperialista dos ingleses? Ora, os países estavam de relações diplomáticas rompidas, eu repito!

Sobre a conciliação entre os dois impérios, trascreverei aqui as palavras escritas pelo Conde D'eu, esposo da Princesa Isabel, que presenciou o dia em que aconteceu o fato.

"[Dia 22  de setembro) -  Chegou do Sul, por terra, o Sr. Thornton, ministro britânico em Buenos Aires. Vem encarregado pelo governo da rainha para exprimir ao imperador o seu pesar pelas violências que haviam praticado os navios da estação inglesa no Rio de Janeiro, em janeiro de 1863, e pela ruptura de relações diplomáticas que se lhes seguiu e que até hoje tem durado. O imperador marcou o dia de amanhã e a hora de meio-dia para o receber na barraca com toda a solenidade que as circunstâncias comportam. Foram convidados para assistir à cerimônia os comandantes de todos os corpos.

   23. — Cada um se veste o melhor possível para esta solenidade diplomática. Torna-se a armar a barraca com as velas e bandeiras; até se descobre um tapete. Ao lado forma um batalhão de linha completo; além dos oficiais convocados, muitos outros vieram, desejosos de assistir a esta satisfação que se vai dar à honra nacional.

   Tendo-se o imperador colocado ao fundo da barraca e a seus lados o ministro e as outras pessoas principais, o general Cabral introduz o Sr. Thornton, que veio da cidade em carruagem escoltada por um destacamento de cavalaria; veste o uniforme diplomático com a comenda da Ordem do Banho. Depois das três reverências do estilo pronuncia um longo discurso em francês e em seguida entrega ao imperador a carta da rainha Victoria. Responde-lhe o imperador igualmente em francês; e logo em seguida a música da Nictheroi, que está postada do lado de fora, toca "God save the Queen!" melodia que bem longe estávamos de supor que viéssemos ouvir aqui no fundo da província do Rio Grande do Sul."


Caros leitores, a poderosa Rainha Victoria enviou seu plenipotenciário para pedir desculpas OFICIAIS ao Governo brasileiro e ao Imperador D. Pedro II. Porque não se conta isso nas salas de aula do Brasil? Fica a reflexão...

Mas de uma coisa fiquem certos. No Império tínhamos Moral e Honra perante o mundo todo.

"O Imperador do Brasil [Pedro II] era amado em todo o mundo, e era naquele tempo, juntamente com o Papa, a maior autoridade moral entre os homens de todos os países." (Conde Soderini)