domingo, 21 de agosto de 2011

A Longa Mordaça Republicana


Caros leitores, me proponho a tecer comentários hoje sobre a perseguição sofrida por Monarquistas no Brasil por praticamente um século. Exatamente! Por quase 100 anos ficou proibida a defesa do ideal Monárquico no Brasil por quem quer que fosse. Se a Cláusula Pétrea da Constituição de 1891 (1ª republicana) não tivesse sido alterada na Constituição de 1988 (7ª republicana), eu estaria, neste momento, cometendo um crime contra a Nação!

Simplesmente não era aceito pelo governo republicano discutir sobre o sistema e a forma de governo no nosso País. Segundo artigo da Wikipedia, as cláusulas pétreas "são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras palavras, são disposições que proíbem a alteração, por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas. A existência de cláusulas pétreas ou limitações materiais implícitas é motivo de controvérsia na literatura jurídica. (...) São cláusulas que não podem ser mudadas, são imutáveis."

Da última Constituição vigente do Brasil (1988), estas são as cláusulas pétreas:
  • A forma federativa de Estado;
  • O voto direto, secreto, universal e periódico;
  • A separação dos Poderes;
  • Os direitos e garantias individuais;
  • A República (Implícita na constituição).

Enquanto a organização de partidos políticos monarquistas, bem como as organizações nos termos da lei de agremiações ou associações que defendessem a Monarquia ficaram proibidas desde 1891 (até 1988), os republicanos não encontravam reciprocidade de amordaçamento durante o Império. Ao contrário, defensores da república tiveram liberdade para difundir suas ideias, formar partidos políticos, realizarem congressos, tudo isso defendido pelo próprio Imperador, sempre a favor da Constituição de 1824 (única do período imperial).

Pessoas que aproveitaram o gosto da liberdade de expressão (republicanos) por certo acharam que isso seria um risco para os seus interesses e logo trataram de criar a cláusula pétrea para silenciar o povo simpático à Monarquia.

Não podemos esquecer que logo após o golpe republicano, a Família Imperial foi exilada, só sendo revogada a Lei do Banimento na década de 1920 pelo presidente Epitácio Pessoa.

Afinal, por que o governo republicano tem tanto medo da Monarquia e dos Monarquistas? Será que uma super propaganda anti-monarquia por mais de um século não foi suficiente?

Os que estão no poder não têm interesse que você conheça a Real História do Brasil. Abram os olhos... Leiam bastante!

Fica a reflexão.

sábado, 13 de agosto de 2011

O Império Abolicionista (Final)

 Pena de Ouro utilizada por D. Isabel na assinatura da Lei Áurea

Caros leitores,

esta é a última postagem da série "O Império Abolicionista", que, como bem sabem, tem o objetivo de desmistificar a qualidade de "Império escravista" que os livros didáticos republicanos insistem em apresentar.
Visto que já se foi mostrado a ação abolicionista de D. Pedro II, hoje irei focar na mulher que assinou a Lei que extinguiu a escravidão do Brasil: Sua Alteza Imperial e Real Dona Isabel, a Redentora.
Em 13 de maio de 1888 é assinada a Lei 
que aboliu a escravidão no Brasil.

Muitos pensam que o papel da Princesa na Causa Abolicionista foi apenas o de assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Contudo, D. Isabel foi uma das mais ferrenhas combatentes em favor da causa. Ia discursar para deputados e senadores sobre a importância de se acabar com a escravidão no Brasil, e por muitos, não era bem recebida. Pode-se até dizer, sem medo de errar, que se não fosse sua ação pacificadora, talvez a Lei de libertação total não se teria feito sem sangue. Foi D. Isabel quem incentivou os defensores da Lei do Ventre Livre quando estes achavam a causa enfraquecida; foi ela quem preparou o ambiente para a Lei dos Sexagenários; e também foi a Princesa quem apressou a vitória total dos cativos, atitude que sabia que comprometeria, muito possivelmente, o seu futuro trono imperial (e foi o que aconteceu).
Missa em Ação de Graças pela abolição realizada 03 dias depois de promulgada 
a Lei Áurea - vê-se a Princesa Isabel e o Conde D'eu ao fundo no centro - RJ - 16.05.1888

Vejam essa passagem retirada do livro "Revivendo o Brasil Império":

"A Princesa Isabel insistia com o Barão de Cotegipe para que o Ministério assumisse uma posição mais decidida na questão da abolição, sem o que sua força moral cada vez mais se perdia. Cotegipe aconselhou-a a manter-se neutra como a Rainha Vitória, numa disputa que dividia profundamente os partidos. Ela retorquiu:
- Mas eu tenho o direito de manifestar-me, e a Rainha Vitória é justamente acusada por sua neutralidade, prejudicial aos interesses da Inglaterra." (Gtifo nosso)

Lembro de ter lido um texto uma vez, que denegria a imagem da Princesa Isabel (colocando-a como uma "princesinha branca" num contexto claramente pejorativo) e enaltecendo o Zumbi dos Palmares, visto por muitos como a real representação da resistência contra a escravidão. Outra invenção republicana. A quem se interessar de estudar mais a fundo o tema, saberá que o próprio Zumbi (que morreu dia 20 de novembro, daí esta data ser comemorada como o Dia da Consciência Negra) tinha escravos. "Como assim, Zumbi, um símbolo da resistência à escravidão, possuía escravos?" Pois é, caro leitor... há muito o que se descobrir sobre nossa História REAL.
Missa campal de Ação de Graças no Rio de Janeiro reúne a princesa Isabel 
e cerca de vinte mil pessoas celebra a abolição no dia 17 de maio de 1888.

Esta postagem será um pouquinho maior, pois está encerrando o tema.

Leiam esta outra passagem do livro citado anteriormente:

"Entusiasmada pela veneração com que a saudavam os abolicionistas jubilosos, após a assinatura da Lei Áurea, a Princesa Isabel se encontrou com o Barão de Cotegipe, que fora o Chefe do Gabinete de 1886 - 1888, e que, nessas funções, lhe observara os riscos que corria a sorte do Império com a providência radical que os abolicionistas pleiteavam:

- Então, Sr. Cotegipe! A abolição se fez com flores e festas. Ganhei ou não a partida?

O Barão, cujas previsões políticas o haviam apeado do poder, mas que continuara a opor-se de corpo e alma à extinção do cativeiro, pelo colapso econômico que disso sobreviria, fitou-a e respondeu:

- É verdade. Vossa Alteza ganhou a partida, mas perdeu o trono.

Pouco tempo depois foi proclamada a República.
A Princesa Isabel, ferida pelo destronamento, ao passar pela sala do Paço onde assinara a Lei Áurea, bateu com energia na mesa em que a subscrevera, e disse:

- Se tudo o que está acontecendo provém do decreto que assinei, não me arrependo um só momento. Ainda hoje o assinaria!" (XAVIER, Leopoldo Bibiano, 1991. pág. 166)


Lei Áurea

Encerrarei esta postagem com essas belas quadrinhas populares cantadas pelas crianças brasileiras, confirmando o sentimento popular carinhoso que nosso povo tinha pela Princesa:

"Princesa Dona Isabel,
Mamãe disse que a Senhora
Perdeu seu trono na terra,
Mas tem um mais lindo agora.

No céu está esse trono
Que agora a Senhora tem,
Que além de ser mais bonito
Ninguém lho tira, ninguém."

(José Honório Rodrigues, Atas do Conselho de Estado - Vol. X - Senado Federal, Brasília, 1973)