quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Poder de Liderança

Sua Majestade Imperial D. Pedro I

Não é de hoje que se fala em "LIDERANÇA" como uma das principais exigências da nossa sociedade. Desde cedo somos provocados a exercer tal habilidade. Há lideranças em salas de aula, em colégios, em bairros, cidades, eventos... enfim, sempre a figura do líder é fundamental. Aquele que tem o poder de encorajar. Aquele que tem as palavras certas para os momentos mais incertos. Aquele que faz com que se crie um laço que nos une a ele, pelo mesmo ideal, pela mesma causa.

D. Pedro I, foi um importante e, ao meu ver, o principal líder que esta Nação já teve. Foi ele (não sozinho, é claro), que se pôs à frente do processo de nossa Independência. Lutou contra seu próprio país, lutou contra sua própria família, lutou contra seu pai, em prol de uma Nação livre. Um verdadeiro líder que fez o que achou correto num momento em que se exigia uma decisão. Poderia ter recuado. Poderia ter escolhido outras formas para agir. Escolheu a felicidade geral na Nação.

O Movimento Monárquico não pode ser saudosista simplesmente, mas é inevitável recuperar a imagem dos nossos mais ilustres brasileiros! Sim, Pedro I era português, mas ser "brasileiro" está muito além do que a ideia de "nascer em solo brasileiro". Alguém que conhece a história de D. Maria Leopoldina, primeira mulher a governar o Brasil, há de duvidar de sua brasilidade, mesmo tendo nascido na Áustria?  Pois bem. Essas menções aos nossos grandes ícones do passado, não podem ser confundidas com meros saudosismos. Elas são resgates históricos de um passado que fundamentou as bases de nossa Nação. Em outras palavras, são nossas raízes, que foram insistentemente cortadas com o início da república no Brasil. Nada mais óbvio, um sistema que derrubou outro realizar um processo de desconstrução e criação de falsos novos ícones, desta vez, bem longe de serem monárquicos, mas republicanos.

A liderança do Movimento Monárquico atual, é frágil. E falo isso como um monarquista preocupado em manter o sonho de Restauração. Já disse em outros textos que Encontros Monárquicos com palestras e mais palestras podem até ser importantes, mas servem basicamente para falar a menos de uma centena de pessoas, que já compactuam com o ideal monárquico e que vêem no encontro uma chance de estar perto da Família Imperial Brasileira, como se isso fosse um sinônimo de status. Os Encontros devem continuar, ao meu ver, mas devem ter outro foco. Devem se preocupar em ouvir monarquistas de todo o Brasil. De discutir maneiras de atingirmos a população em geral. A internet está aí como uma ferramenta maravilhosa a proporcionar esse contato mais próximo entre todos, inclusive (e principalmente) Família Imperial Brasileira.

No último Encontro Monárquico (XXII) qua aconteceu no último dia 30 de junho, no RJ, escutei as palavras de D. Antônio, D. Rafael e D. Bertrand. Chamou-me a atenção as últimas palavras de D. Antônio, as quais transcrevo:

"(...) Esse é o papel que nós todos, da Família, estamos prontos a apoiar e trabalharmos juntos, e lutarmos  ir pra frente de batalha, junto com todos os senhores e senhoras que estão aqui presentes."

As palavras são bonitas, mas não é de hoje que a Família defende que os monarquistas devem ir à luta, pois se eles também forem, parecerão advogar em causa própria, e dizem que não seria bem quisto. A pergunta é: Não seria bem quisto por quem? Garanto que os monarquistas do Brasil, que muitas vezes se sentem órfãos de lideranças, iriam adorar olhar à sua frente e ver um verdadeiro líder. Um líder que não se importa com a possível opinião dos políticos e da mídia. Ele (o líder) deveria estar preocupado com a opinião das únicas pessoas que, no momento, o apoia: os monarquistas do Brasil. Nós QUEREMOS um líder! Nós QUEREMOS saber que não estamos nessa sozinhos. Para isso, precisamos estreitar esses laços. A Família precisa se mostrar presente... mas não apenas em palestras e encontros. Como sabemos que o financeiro é um obstáculo, como estreitar então esses laços por todo o Brasil? Com o que sempre venho comentando: REDES SOCIAIS! Precisamos de, por exemplo, um Twitter oficial da Casa Imperial, que seja ativo. De preferência, um twitter pessoal dos príncipes. D. Rafael bem que poderia tomar para si essa responsabilidade, pois é o mais novo e, teoricamente, está mais próximo dessa realidade. 

Sendo gestor de sua própria conta, ele pode ser o elo entre os monarquistas do Brasil e D. Luiz, por exemplo. Um Chefe da Casa Imperial Brasileira que praticamente não vemos ou ouvimos. Não se exige dinheiro para uma conta no Twitter. Não se exige tempo, pois hoje em dia se pode "tuitar" pelo celular em dois minutos de folga do trabalho ou antes de dormir. O que se exige é Responsabilidade... e não podemos partir do pressuposto que D. Rafael não a tenha, pois sabemos que príncipes são educados desde cedo para ser Chefe de Estado um dia. Aos mais de 25 anos, seria preocupante se D. Rafael não tivesse. 

Portanto, não há empecilhos, ao meu ver, para se dar esse  pequeno e importante passo. Basta boa vontade, acredito. Ahh... boa vontade e um pouco do que se mais precisa nesse Movimento:

LIDERANÇA!

Abaixo, um vídeo alegórico, mas muito expressivo que sintetiza a preocupação contida nesta postagem. Dois exemplos diferentes de reis nas telonas. Não deixem de ver o vídeo completo:

sábado, 7 de julho de 2012

Jubileu de Diamante - Tradição ou Extravagância?

 Saudações a todos!

Muito se falou nesse junho passado sobre o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II do Reino Unido. Não se falava tanto sobre a Família Real Britânica desde o último Casamento Real. Mas por que será que sempre que aparece um assunto sobre esse pessoal, isso vira notícia no mundo todo? Ora, além da Inglaterra ser uma das grandes potências do mundo, a sua Família Real é, talvez, a mais conhecida em todo o planeta dentre todas as Famílias reinantes. Não bastanto isso, a temática de reis e rainhas, príncipes e princesas, sempre tomaram conta do imaginário das pessoas. O que, curiosamente, não ocorre com o presidencialismo ou parlamentarismo de uma república. A Monarquia, por mais que não seja representada por enviados de Deus (como se acreditou em épocas passadas), tem o seu caráter mágico. Não por ter poderes excepcionais, mas por perpetuar-se na mente das pessoas através dos tempos.

A Rainha Elizabeth II é a razão principal de toda essa festa. Ela completou em 2012, sessenta anos de Reinado. Sessenta anos como Chefe de Estado britânica. Sessenta anos como representante de toda a população de seu Reino. A ideia dessa postagem é explicar meu ponto de vista sobre o assunto. Para alguns, toda a festança é válida, visto que homenageia a grande soberana, Mãe da Nação. Para outros, não seria necessária toda essa extravagância, assim como no Casamento Real e qualquer festividade que envolva essa Família.

 Pois bem, meus caros, antes de mais nada, é bem mais difícil explicar meu ponto de vista para um brasileiro que nasceu e se criou em um sistema republicano de governo. Desde 15 de novembro de 1889, o Brasil, através de um Golpe de Estado, abandonou sua forma monárquica de governo e adotou a república. Como monarquista convicto, tenho inúmeros argumentos para defender o quanto nós perdemos em fazer isso, argumentos esses que agora não convém comentar, mas que você, leitor, fique à vontade para perguntá-los nos comentários desta postagem. Fato é (e nada mais lógico e óbvio), que com a proclamação da república no Brasil, os golpistas tomaram uma série de atitudes a fim de descaracterizar qualquer tipo de vínculo entre os brasileiros e o sistema monárquico de governo, inclusive cortar os laços entre sociedade e Família Imperial. Para isso, nada mais fácil do que expulsar o último Imperador e toda sua Família do Brasil. Foi  o que aconteceu. Se a Monarquia no Brasil tivesse continuado, o Imperador D. Pedro II teria comemorado o Jubileu de Ouro no ano seguinte de sua deposição.
 Parte da decoração.

Se a república tomou à frente da Nação brasileira, é fácil perceber que ela não apoiaria uma história fundamentada na Monarquia. Foi difícil quase que excluir a tradição monárquica de nossa história, mas a república foi muito bem sucedida nisso. O que sabemos hoje e o que aprendemos nas escolas sobre o período do Brasil Imperial, é completamente deturpado. Os brasileiros têm a ideia de que Monarquia é atraso e República é progresso. Os argumentos contra a monarquia são sempre os mesmos, geralmente de uma mediocridade de pensamento atordoante. São poucos os que defendem a república frente à monarquia com bons argumentos.

A grande festa do Jubileu de Diamante em questão trouxe alguns protestos de ingleses que são contra o sistema monárquico de governo. Entretanto, enquanto milhares de pessoas, na verdade, mais de um milhão de ingleses foram às ruas para celebrar, o protesto anti-monarquia juntou grupos com dezenas de manifestantes. Veja o vídeo:

Outro argumento usualmente utilizado pelos que não vivem numa monarquia, é que "o Rei não é melhor do que os outros", ou "é só de enfeite, pois o Rei não governa!" São argumentos que nem deveriam ser utilizados, pois demonstram uma ignorância quanto a o que é o sistema Monárquico Parlamentar Constitucional de governo.

  Embarcação Real. Mais de mil embarcações navegaram
pelo Rio Tâmisa no dia das comemorações.

O papel da Rainha Elizabeth II é de extrema importância para a Nação. Ela, assim como D. Pedro II o foi no Brasil, é a representante máxima da Nação. É a sociedade no poder, pois ela é Chefe de Estado. No Brasil, ambos, Chefe de Estado e Chefe de Governo, os cargos mais importantes da Nação, é colocado em uma só pessoa, o presidente, dando-lhe poderes demais para alguém que é ideologicamente comprometido e, por isso mesmo, já não deveria ser posto para representar toda uma Nação.

 Mais decoração especial.

 O príncipe ou princesa é criado desde seu nascimento, aos olhos da Nação, para um dia ser seu representante mor. Não seríamos pegos de surpresa por um representante não preparado para o cargo, visto que desde tenra idade ele é preparado para assumir, um dia, tal função. Ou alguém duvida que o Príncipe William será um grande Rei? Nenhum presidente é preparado desde cedo para assumir tal cargo um dia.

 População orgulhosa e participando da festa.

 Bem, eu poderia escrever mais e mais aqui. Mas acho que a mensagem inicial proposta pela postagem já foi passada. Vi brasileiros criticando a extravagância da festa... os mesmos brasileiros que elegem políticos que cometem extravagâncias diariamente no nosso país e não reclamam. Extravagância é gastar bilhões com estádios de futebol para receber uma Copa do Mundo enquanto nossos hospitais e escolas estão caindo aos pedaços. Quando vejo um país como a Inglaterra, exemplo de organização, fico me perguntando o quão estúpidos são esses europeus que não entendem como uma república é muuuiito melhor do que uma monarquia! (Ironia) Será que devemos fazer uma cartilha para a Inglaterra e ensiná-los como se deve fazer política? Mais um dado que vale a pena: a Monarquia Britânica é a mais cara de todo o planeta, e ela custa aos ingleses vinte vezes (isso mesmo: 20 VEZES) MENOS, do que a presidência e a vice-presidência do Brasil custa aos brasileiros. (Clique aqui e saiba mais sobre esse dado)

Respondendo a pergunta do título desta postagem: TRADIÇÃO. 
Sem sombras de dúvidas e sem medo de errar: 
TRADIÇÃO!


Não deixem de assistir a esse vídeo logo abaixo. São seis minutos que mostram um pouco da emoção vivenciada pelos britânicos e a belíssima festa de encerramento das comemorações do Jubileu de Diamante. Isso, para os britânicos, está muito além de qualquer conquista esportiva. Isso é a ovação à própria História. Isso é um patriotismo de dar inveja a qualquer cidadão que não compactua com esse tipo de sentimento em seu próprio país, a não ser, quando se ganha uma Copa do Mundo de Futebol. Triste realidade.