sábado, 30 de março de 2013

Exumando a História


Saudações Monárquicas!

Desde parte do ano passado, este Blog ficou com as postagens mensais. Entretanto, no mês de fevereiro, a postagem não foi possível. Espero que isso não volte a acontecer.

No início deste ano, tivemos uma boa notícia! Após 180 anos, o corpo do nosso primeiro Imperador, D. Pedro I, foi exumado para estudos e análises. Não só ele, mas os restos mortais de suas duas esposas também (D. Leopoldina e D. Amélia). O projeto faz parte de uma pesquisa de mestrado da historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel. Com autorização da Família Imperial, e sempre sob sua supervisão, Valdirene fez seus estudos e contribuiu com a História do nosso país.

Alguns mitos propagados pela historiografia foram quebrados com os estudos dos restos mortais pela Faculdade de Medicina da USP. Os estudos e análises foram feitos entre os meses de fevereiro e setembro de 2012, mas divulgados apenas neste ano de 2013.

Vejamos alguns fatos que a pesquisa ajudou a esclarecer:

1 - D. Pedro I não foi cremado.

Era comum que se dissesse que o corpo de D. Pedro I teria sido cremado em Portugal. Havia, inclusive, quem duvidasse que em sua cripta estivesse algum resto mortal do Imperador. A informação está, inclusive, escrita no texto exposto no interior do Monumento  à Independência, no Ipiranga.

2 - D. Pedro I foi enterrado como general português.

Sabemos que o nosso primeiro Imperador era português. Veio para o Brasil quando criança com a Família Real Portuguesa em 1808. Entretanto, sabemos que D. Pedro adotou a "nacionalidade" tupiniquim. Lutou contra seu próprio país para tornar o Brasil livre, e assegurou a extensão territorial do Império Brasileiro. Ao abdicar do trono em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara, voltou à Portugal, derrotou seu irmão D. Miguel e ficou com o trono que lhe era de direito, tornando-se D. Pedro IV, de Portugal. Ao ser enterrado, não houve menção à sua época de Imperador do Brasil.

3 - D. Pedro I era mais baixo que o imaginado e aventureiro.

D. Pedro tinha entre 1.66 e 1.73. Portanto, não era tão alto. Sua ossada apresentava quatro costelas do lado esquerdo quebradas. Provavelmente de uma queda de cavalo. Isso pode ter agravado a tuberculose que o matou em 1834, ainda com 36 anos.

4 - D. Pedro I teria matado a própria esposa.

Um dos mitos criados e propagados, foi o de que a morte de D. Leopoldina (1ª esposa de D. Pedro I e mãe de D. Pedro II) teria sido ocasionada pelos maus tratos do marido. É fato que D. Pedro era irascível, mas muitos consideravam exagero tal hipótese. Acreditava-se que a mulher por trás da Independência do Brasil tinha um fêmur quebrado, devido à uma queda de escada ao ser empurrada pelo marido. História desmentida. D. Leopoldina não tinha tal fratura e, provavelmente, morreu devido às complicações do parto. D. Leopoldina foi enterrada com as roupas com que foi coroada Imperatriz do Brasil, em 1822.

5 -  D. Amélia foi mumificada.

Esta parte da história não consegui compreender muito bem. Não entendi se a tal mumificação foi intencional na época de sua morte, ou, como alguns amigos meus entenderam, que os diversos produtos que passaram nela, preservaram seu corpo. Unhas, cílios, cabelos... tudo isso estava em ótimo estado de conservação, tendo em vista que D. Amélia morreu há mais de 135 anos.

É importante que estudos desse tipo sejam frequentes. A única forma de desmistificar as barbaridades que se contam sobre o Império, é através do estudo sério e livre das amarras ideológicas republicanas.
Abaixo segue um vídeo e um link. O vídeo é da reportagem com a historiadora Valdirene. O link leva ao especial do Estadão sobre o assunto. Vale a pena conferir!


Link do especial do Estadão: