sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Destruição da Imagem Monárquica

Destruir a imagem da Monarquia é ferramenta comum desde 1889.

Uma breve história:

"Certa vez, uma professora do Ensino Fundamental II lecionava o Brasil Império em sala de aula. Suas frases e comentários giravam em torno de coisas do tipo:
- D. Pedro I não ligava pra nada, só queria saber de farra;
- D. Pedro II era um velho que nem sabia mais tomar decisões no comando do Brasil, e era escravocrata!;
- Com o Poder Moderador, o Imperador fazia o que bem entendesse de forma arbitrária e não democrática!;

E tantas outras frases.
Foi então que uma aluna perguntou:
- Professora? O que os descendentes desse pessoal acham disso tudo quando estão estudando essas coisas? Eles não ligam? Afinal, estão falando mal dos parentes deles!
(...)
A professora não soube responder! A garota curiosa, insatisfeita por não ter conseguido sua resposta, decidiu pesquisar por si mesma e... voalà! Conheceu uma História do Brasil Império que os livros didáticos e a maioria dos professores não contam! Resultado? Ela se tornou monarquista aos 14 anos!"

Esta é uma história REAL! A garota participa de uma comunidade no Orkut sobre a Monarquia e relatou há um certo tempo, sua história.

Pois bem, meus caros! Desde o fatídico 15 de novembro de 1889 (Golpe republicano), a tentativa de se destruir a imagem da Monarquia Brasileira é intensa. Muitas vezes despercebida pelos demais. Vai desde a manipulação dos livros de História, até minisséries que abordam o tema com um "humor" preconceituoso e despreocupado com fatos históricos. Lembro-me de uma imagem em um livro de História (autor: Mario Schimidt), que mostra uma imagem de Pedro I proclamando a Independência do Brasil. Na legenda, dizia que mais parecia uma propaganda de desodorante, por seu braço estar erguido. Conseguem perceber o tipo de piada em um momento ímpar da História do nosso país? Como isso ajuda a desmerecer o fato? Afinal, é a INDEPENDÊNCIA DO PAÍS, não um evento qualquer. Não é motivo de piada, é motivo de glória para nós!

A ideia de um Pedro I "raparigueiro", de um Pedro II sendo um velho gagá, e de tantos outros jargões, sempre foi uma tentativa de afastar o povo brasileiro de sua mais íntima Tradição e Identidade, afastar os brasileiros de como começou nossa real história... Manter os brasileiros longe da ideia de que o Império foi, sem dúvida alguma, a fase mais importante do nosso país! A Família Imperial teve que deixar o país (na época em que foi banida) às pressas e de madrugada, para que não desse tempo de nascer uma revolta por parte de muitos!

Encerro o post aqui, mas com MUITO mais a ser dito! E será dito! Entretanto, considero importante as postagens não serem tão grandes, para que eu possa atingir o maior número de leitores!

Fica a pergunta: Será que o que você conhece sobre o Brasil Império provém de fontes diversificadas?  Ou tudo que você sabe vem do que seu professor falou (e ele deve ter sido educado por livros republicanos e ideologicamente comprometidos) e das minisséries sobre o assunto? Pense nisso! Até uma garota de 14 anos conseguiu perceber a falha nos discursos republicanos!


Esta é sua fonte sobre a Monarquia Brasileira?

11 comentários:

  1. Pois é, meu caro amigo.
    Até eu já partilhei desse pensamento. Mas nunca é tarde para se usar a cabeça.

    Vamos realmente questionar a História e tirar dela o melhor possível, desconstruindo certas visões depreciativas, na luta por uma sociedade mais consciente de sua condição, e que lute junto a nós por uma situação bem melhor do que a de Roussefs no poder.

    =D*

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  2. Eu precisei entrar na faculdade de direito para descobrir o que é poder moderador, até então eu acreditava que era um mero instrumento que D. Pedro I inventou para governar despoticamente (ledo engano...).

    Outro assunto sobre o qual os professores de história insistem em mentir é a guerra do paraguai. Ninguém fala que o solano lópez era um maluco, uma espécie de hitler sul-americano, sempre falam que o Brasil é o vilão da história.

    E falam que D. João VI era um bobalhão covarde que só queria saber de comer frango, e que D. Pedro I era um desmiolado. O Segundo Império (período mais próspero de nossa história) passa praticamente despercebido nas aulas do colegial, só é lembrado quando se fala da escravidão. E muito relutam em fazer a associação óbvia: a República foi proclamada por escravocratas.

    Tentam a todo custo passar a ideia de que Monarquia é coisa do passado, e que república é sinônimo de democracia.
    E em um certo sentido é mesmo. Acontece que os malditos revolucionários franceses inventaram (e os golpistas de 1889 copiaram) uma república nada republicana.

    saudações monarquistas.

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  3. Cara amiga Niara,

    hoje muitos professores não questionam a História, como você bem disse. Para eles, tudo já foi pesquisado e por isso dão a mesma aula há anos. É um perigo...

    E sim! Vamos torcer por épocas melhores!
    Obrigado pelo seu comentário, e considere-se bem vinda ao Blog!

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  4. Caro Anônimo,

    devo dizer que seu comentário continuou a minha postagem! É como digo: tenho que fazer postagens pequenas, para alcançar o máximo de leitores, há muito a ser dito, e agradeço enormemente sua opinião! Ela com certeza contribui com o Blog e com o objetivo dele. Seja muito bem vindo e continue participando!

    Obs: a postagem sobre o poder Moderador está por vir!

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  5. Não entendo quase nada de História, mas pensei que fosse indiscutível o fato de D. João VI ter literalmente fugido de Portugal com a família e abandonado o povo a beira de um invasão de Napoleão. Se isso realmente for verdade, não tenho como não pensar em D. João VI como um bobalhão covarde...

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  6. Cara Helena, seja bem vinda ao Blog!

    Realmente, a "fuga covarde" de D. João VI é a única explicação que nos é passada quando estudamos no Ensino Médio, talvez por que nossos próprios Professores aprenderam com os livros ideologicamente comprometidos em relação à república.

    Contudo, para quem se aprofunda um pouco mais, há a chance de conhecer um outro lado da moeda. Por exemplo, você sabia que um plano de transferência da Corte Portuguesa em casos emergenciais existia desde o século XVI? Pois é... Sempre sugerida pelo Conselho de Estado Português. O Marquês de Pombal era um que defendia a ideia.

    Inglaterra e Portugal eram aliadas, e contra as ambições megalomaníacas de Napoleão Bonaparte! O que estava em jogo naquele momento da decisão de D. João VI era a sobrevivência e continuidade do Reino Português. Aliás, o "bobalhão" do D. João foi um dos poucos que teve a coragem de contrariar a ordem de Napoleão de não comercializar com a Inglaterra (Bloqueio Continental).

    Ficar em Portugal seria uma decisão insensata, visto que muito provavelmente ele seria destronado e não mais poderia comandar o seu povo. Como ocorreu com a Espanha (salvo engano), onde o irmão de Napoleão foi posto como governante!

    Por fim, espero ter contribuído para que você não acredite mais ser "indiscutível" o fato citado! Esse é um dos maior problema que nós, monarquistas, enfrentamos. Ninguém se propõe a discutir os fatos, por achar que já está tudo explicado.

    Por isso, parabenizo-a pela iniciativa e estarei a postos para esclarecer qualquer possível dúvida. Apareça sempre!

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  7. Ainda Helena,

    caso se interesse um pouco mais, dê uma lida neste texto:
    http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/1807.pdf

    Informações bem interessantes sobre o assunto...

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  8. Há! Gostei do artigo. Realmente, nunca tinha lido algo que adotasse esse ponto de vista ao tratar da vinda da corte para o Brasil. Mas ainda ficaram alguns questionamentos...

    Ainda fico com a impressão de que a atitude de D. João foi a mais cômoda possível, ou seja, a de se auto-preservar. Talvez a transferência para o Brasil fosse, de fato, a melhor forma de garantir a continuidade do reino português, mas o que me incomoda foi a forma como a coisa foi feita.

    Entre a proteção inglesa e uma invasão francesa, parece óbvio que qualuqer um escolheria a proteção de uma das maiores potências européias da época. POr isso, tenho dúvidas se tudo isso foi feito pelo "bem da nação" quando, na verdade, D. João tinha a opção de fazer do Brasil uma nova nação portuguesa.

    O que fico me perguntando é o porquê de tantas rebeliões no Brasil antes da vinda da corte? Ela tinha algum interesse pelo Brasil? Ou só passou a tê-lo quando não tinha outra opção?
    E se D. João pensava de fato em desenvolver o Brasil, por que manteve a estrutura agrária elitista? Se ele teve a coragem de contrariar Napoleão no bloqueio Continental, por que não teve a mesma coragem de contrariar a Inglaterra ao assinar os tratados de 1810?

    Veja que, como já disse, entendo pouco de história. O que eu sei se resume basicamente ao que aprendi no Ensino Médio. Mas me interesso muito pelo assunto e gostaria de ter essas questões respondidas.
    Espero não estar sendo chata, mas é que você mesmo disse que estaria disposto a esclarecer dúvidas. :)

    abraço e obrigada!

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  9. Cara Helena, como eu disse, fique à vontade para expor seus questionamentos, em nenhum momento estará sendo "chata" por causa disso! Vou fazer o possível para responder suas dúvidas. Vamos lá:

    1º de tudo: ser a situação mais cômoda trás demérito à decisão? Na minha opinião, não! E se a opção mais cômoda, fosse a melhor? Prefiro encarar como uma alternativa. Como eu disse, caso ficasse, D. João seria obrigado a capitular para a França. Seria obrigado a assinar decretos que, além de renunciar (ele e sua dinastia) ao trono português, passaria o poder a Napoleão. Isso aconteceu em monarquias que foram invadidas pelo líder francês. Ahh e não entendi a questão que você mencionou de não concordar "como tudo foi feito". Se puder me iluminar...

    2º Ora, se o mundo (Europa) estava sendo tomado pela França napoleônica, nada mais natural do que se juntar aos seus adversários. A Inglaterra, desde tempos antigos, foi rival da França. Como diz até no texto que você leu, talvez a decisão da vinda de D. João para o Brasil foi a primeira grande derrota de Napoleão. "O inimigo do meu inimigo, é meu amigo." Óbvio que havia ligações comerciais entre os dois. Se ainda hoje, século XXI, esses interesses comerciais tendem a beneficiar mais uma Nação do que outra, imagine no século XIX. É interessante olhar a época, com olhos mais próximos da época, para não cairmos no erro anacrônico, ou seja, julgar o passado com os olhos do presente!

    3º Sinceramente, eu não sei se o D. João tinha a intenção de fazer do Brasil uma nova Nação Portuguesa, mas fato é que a Família Real estava aqui e por tempo indeterminado, nada mais interessante do que desenvolver a Colônia (e que bom que isso aconteceu, passo importante para a nossa Independência).

    4º Rebeliões na Colônia pré chegada da Corte, houve umas sete principais. Quatro delas são conhecidas como Nativistas (ou seja, não queria independência, apenas reivindicavam interesses locais ou regionais), outras três eram emancipacionistas (que queriam independência). As revoltas aconteciam (como acontecem até hoje de forma diferente)porque sempre houve pessoas descontentes com algo. Contrariar a Inglaterra naquela época não era questão de coragem, muito mais estava em jogo. O Brasil precisava do apoio inglês. Mas isso não aconteceu sempre. O próprio D. Pedro II cortou relações diplomáticas com a Inglaterra da Rainha Vitória anos mais tarde! Passou-se praticamente dois anos com relações rompidas, e elas só retornaram quando um dos representantes mor da Rainha foi ao encontro de D. Pedro para pedir-lhe desculpas oficiais inglesas ao Brasil (e a Inglaterra ainda era a maior potência do mundo).

    5º Assinar os tratados de 1810 era parte do acordo de transferência da Corte. Pra mim, não assiná-los não seria questão de coragem, e sim de honra, ou melhor, falta dela, ao não cumprir acordos internacionais. Por mais que beneficiasse a Inglaterra, era um acordo firmado.

    Espero ter ajudado você a entender um pouco mais desse outro prisma histórico. Caso não tenha sido satisfatório, peço gentilmente que continue a postar! Isso engrandece o Blog e nossa cultura.

    Grato!

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  10. Sim,sim...me esclareceu bastante algumas coisas.
    Quando eu disse que não concordava com a forma como tudo foi feito, me referia principalmente a falta de interesse de POrtugal pela sua colônia antes da vinda da família real.

    Eles só tiveram esse interesse quando a soberania da família em Portugal estava ameaçada?
    O Brasil não era de fato uma colônia de exploração? Então porque aconteceu a Inconfidência Mineira?

    Como você mesmo disse, eles só passaram a desenvolver a colônia quando isso passou a ser interessante pra eles porque (mais uma vez, pelo pouco que sei), POrtugal sempre dificultou o desenvolvimento do Brasil através de impostos altos, proibição de implantação de fábricas, etc.

    Abraço! :)

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  11. Cara Helena,

    é sempre um prazer compartilhar conhecimentos com você! Suas dúvidas e opiniões ajudam no crescimento do Blog e de nossa cultura! Mas vamos ao que interessa! ^^

    Essa "falta de interesse" de Portugal para com o Brasil existe se levarmos em conta "interesse" em questão como sendo desenvolvimentista. Visto que desde 1530, a América Portuguesa (Brasil) é vista como principal posse de da Metrópole portuguesa, desde quando o cultivo da Cana-de-açúcar foi implantado. Talvez tenha sido a salvação financeira de Portugal. Portanto, sob um prisma que não seja de desenvolvimento, o Brasil podia ser visto como o principal interesse português! E como você bem frisou, éramos colônia de exploração, isso impossibilitava o crescimento e desenvolvimento independente do território. Lembremos que uma das causas da rápida independência estadunidense, foi a chamada "colônia de povoamento" aplicada ao norte do território que era colônia inglesa. Rapidamente a "Nova Inglaterra" estava agindo como rival de sua metrópole. Fugindo do anacronismo, para o pensamento da época, Portugal agiu da forma mais inteligente possível, pois "segurou" seu maior império colonial o máximo que pôde!

    Analisar com os olhos do presente, ainda mais com o sentimento nacionalista que temos se torna revoltante Portugal não se interessar em desenvolver o Brasil, e isso faz surgir um juízo de valor equivocado, pois nem "brasileiro" existia na época! Analisando o fato sem essa intervenção "futurista" que temos hoje, que os deixa em completa desvantagem histórica, nos leva a uma ideia mais aproximada da realidade. Ora, você não quer que seu melhor funcionário passe o máximo de tempo possível trabalhando pra você, ou simplesmente deixa ele ir criar uma empresa só dele, que provavelmente concorrerá com a sua?

    A Inconfidência Mineira aconteceu justamente pelo que você falou, como proibição de atividades fabris e artesanais na Colônia, e principalmente por causa da Derrama. Totalmente inspirados nos ideais iluministas e na própria Independência dos EUA.

    No mais, continuo aqui para questionamentos...

    Espero lê-la em breve!

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